Traduzido e adaptado por Pablo Blass Valverde, DC
Síndrome do túnel do carpo (STC) é um dos diagnósticos neurológicos mais comuns encontrados na nossa prática clinica. Como profissional na área da saúde, todos nós podemos fornecer as mesmas respostas em relação as perguntas e fisiopatologia da STC: Trata-se de uma compressão do nervo mediano na face flexora do punho (face ventral do punho), que produz dor que pode ser excruciante no dedo indicador e às vezes ´no dedo médio da mão afetada. A descompressão cirúrgica do túnel do carpo em geral pode ser o tratamento recomendado como ultima escolha, a mais invasiva. Vamos enterder melhor do que se trata essa sindrome compressiva neurológica. Espero fornecer uma melhor compreensão do que realmente está acontecendo com alguns desses casos.
A armadilha diagnóstica pode acontecer na síndrome do túnel do carpo, frequentimente, porque nem sempre é levado em conta outros fatores que podem mascarar o diagnóstico real.
A realidade neurofisiológica é que vivemos em um mundo muito baseado nos músculos flexores dos dedos. A maioria de nós tende a utilizar os nossos músculos flexores dos dedos muito mais do que nossos músculos extensores, como nos atos de comer, escrever, usar um mouse do computador, desenhar, tocar piano ou fazer massagens. Muitos de nós não podemos tocar piano com nossos músculos extensores. Os musculos flexores dos dedos são muito mais solicitadas que os músculos extensores, portanto são muito mais fortes. Além de suportar o peso da mão e antebraço de trabalho. Com esta atividade prolongada, não tem tempo suficiente para a musculatura flexora estar preparada para tamanha sobrecarga de tal forma que ocorre a compressão do nervo mediano no túnel do carpo devido à inflação e edema dos tecidos (tendinites) quando isso ocorre. Os sintomas começam a se manifestar.
Tendo tratado muitos desses casos, eu posso dizer que a maioria das pessoas não tem braços fortes, como o Popeye. Devido ao fato de que estamos usando nossos músculos flexores mais do que nossos músculos extensores gerando uma sobrecarga existe também maior probabilidade de inibição neurológica dos músculos extensores que pode ocorrer em nível da medula espinhal, produzindo uma fraqueza fisiológica do grupo extensor e aumentando a probabilidade de compressão por inflamação dos flexores.
Este é um processo normal que acontece para permitir a fluidez do movimento. Se o meu músculo posterior do braço (M. Tríceps) contrai e o meu músculo anterior do braço o (M. bíceps contraírem ao mesmo tempo, eu não realizo o movimento de flexão ou extensão do braço). Quando eu contraio o meu músculo bíceps, o tríceps deve relaxar e para isso precisa ser inibido em nível da medula espinhal para permitir um movimento livre. Se estivermos usando nossos músculos flexores mais e mais, a inibição do mesmo está ocorrendo de maneira inadequada a nível medular de tal forma que nossos músculos extensores também sofrem inibição em excesso levando a uma fraqueza fisiológica.
Se este processo ocorre continuadamente ao longo do dia, é compreensível como uma resposta excessiva o que pode produzir uma contração muscular no grupo flexor dos dedos e que está agora facilitada, e como a inibição do grupo dos extensores permite facilitar ainda mais a função do grupo dos flexores ocorra. Ao longo do tempo (e talvez não muito tempo) dependendo da estabilidade anterior do mesmo grupo extensor, podemos desenvolver uma facilitação unânime do grupo dos flexores facilitando assim que a compressão ocorra no nível do punho.O tratamento indicado para esses pacientes é inibir o grupo flexor com um estiramento rápido das fibras de seus músculos, promovendo a inibição direta dos músculos flexores. Mais importante, são indicados exercícios de alongamento (vide foto alongamento dos músculos flexores) e fortalecimento para permitir re-fortalecimento dos músculos do lado oposto extensores, o que permitirá que a área flexora do punho possa ser descomprimida naturalmente restaurando a função biomecânica do punho.
(vide foto alongamento dos músculos flexores)
Estes exercícios são tão simples como o levantamento de peso 2 kg três séries de 30 repetições. Nós não precisamos de músculos extremamente fortes. O objetivo dos exercícios é promover a facilitação do grupo extensor na medida em que vai inibindo o grupo flexor e, assim, minimizar a probabilidade de compressão. Juntamente com o trabalho muscular adequado e preciso devolver a mobilidade articular dos ossos do punho através de uma manobra articular especifica da quiropraxia, o ajuste, articular para restaurar a função, os sintomas e a estabilidade é atingido em longo prazo. Eu recomendo ao paciente que faça os exercícios pelo menos duas vezes por semana, uma vez que melhorou os sintomas para manter uma boa função das áreas afetadas e diminuir a probabilidade irritação no nervo que irá ocorrer com o uso continuado.
O próximo assunto a ser discutido é no que diz respeito à possibilidade de descompressão ser mesmo necessário. Quando um nervo periférico (nervo mediano) no caso dessa síndrome, uma série de sinais e sintomas devem estar presentes. Quantos pacientes eu vejo quem vem com um diagnóstico fechado de que "este ou aquele nervo que foi comprimido", mas após o exame de eletroneuromiografia (ENMG), mesmo com sinais e sintomas, porém sem nenhuma compressão real presentes.
Quando um nervo é comprimido, a primeira função alterada é a semsibilidade evoluindo para a alteração da função motora. Quando um(a) paciente apresenta uma compressão de longa data de um nervo, deve estar presente a perda de força ou os dois. Se estes sinais e sintomas não estão presentes, a probabilidade de uma compressão verdadeira estar presente é muito diminuída. Se é um sintoma relativamente novo, que pode demorar duas a três semanas antes dos sinais de atrofia e fraqueza tornar-se visíveis, mas mesmo assim, a ENMG com agulha mostra sinais de compressão neurológica. Eu esperaria,com STC verdadeiro, para ver alguma perda de sensibilidade ao longo do polegar eo indicador, bem como alguma fraqueza da os músculos da mesma. Na ausência desses sinais e sintomas, eu ia começar a questionar o diagnóstico.
Diagnósticos diferenciais podem incluir uma irritação do nervo mediano na altura do cotovelo, uma irritação do plexo braquial, alterações no disco intervertebral na região cervical estes locais anteriores de compressão é conhecido como o "duplo e triplo fator nas áreas de compressão"), ou mesmo vascular como sendo a ou as causa(s) de compressão. Se a compressão é bilateral, deve-se pensar em possíveis causas sistémicas de inflamação, tais como deficiência nutricional (muitas vezes deficiência de vitamina B6) ou um problema com a perfusão sanguínea, inflamatórias (artrite reumatóide), hormonais e medicamentosas. Tumores também estão entre as possíveis causas da síndrome.
Independentemente disso, o diagnóstico de STC verdadeiro, é preciso encontrar os verdadeiros sinais de compressão ou, na sua ausência, considerar um diagnóstico diferencial.
Existem protocolos de tratamento para STC incluindo massagem de fricção, alongamento, fotalecimento, medidas analgésicas e antiinflamatórias, bandagens protetoras, etc No final das contas, acredito que tudo é bom e eficaz, mas o estado neurológico deve ser equilibrado, se o resultado esperado é obter alívio a longo praso e eliminar a necessidade de cirurgia. Finalmente, eu não sou um grande defensor da órtese, munhequeira ou tala, (vide foto tala indicada para tendinite) comumente prescritos por ambas as profissões médicas e quiropraxia. Eles podem fornecer alívio sintomático temporário devido ao estado forçado que estende o punh, mas a consequência neurológica de um estiramento suave estático em qualquer tecido é uma maior facilitação desse músculo alongado. Em outras palavras, na verdade estamos aumentando a tensão do grupo flexor provocado ao vestir a órtese por um período prolongado de tempo, leva a rigidez articular e perda da mobilidade e fraqueza.
foto tala indicada para tendinite
Fonte: Dynamic Chiropractic - Vol. 15 de 26 julho de 2008.
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